----------
Lapónia, Napapiiri, Renas, Tundra e a Ilha Magerøya
Lapónia, Napapiiri, Renas, Tundra e a Ilha Magerøya
04/06/2010
O dia começou da mesma forma que terminou, chuvoso! Começou para nós, porque na verdade aqui o dia não acaba! Recordo este hotel por um pormenor: apesar daquela malta ter dias de 24h, na maioria dos hotéis não usam persianas ou black-out. O que convenhamos não facilita muito o sono a quem está habituado ao escurinho. Nas primeiras noites acordei sempre estremunhado a pensar se não teria ouvido o despertador. Mas este era dos poucos que tinha black-out, e apesar de lá fora ser sempre dia, tivemos uma boa noite de descanso.
À saida do Hotel Cumulus
Antes de tomarmos a direcção norte, ainda passamos por um stand de motos para comprar um fato de chuva! Rappelez-vous de l’autoroute française? Eheh! Eu e o João aproveitamos e estouramos uns bons euros numas luvas de goretex que se revelaram óptimas, quando não chovia!
A estrear a nova aquisição
Chovia intensamente quando deixamos finalmente Oulu para trás e com bastante frio, a primeira tirada não foi nada agradável. Após uns poucos quilómetros entramos na Lapónia, terra que povoa o imaginário infantil, e não só! A vegetação é muito característica, uma grande mancha de pinheiros e cedros, que de tão juntos crescerem, não deixam espaço para mais nada. Acresce que o terreno é plano, logo as estradas tornam-se um pouco monótonas! Optamos por parar frequentemente para aquecer o corpo e a alma com uns chazinhos.
Numa destas paragens recordo-me de estarmos no interior de um supermercado e entrarem três noruegueses encharcados até aos ossos. Eram do norte da Noruega, e iam descer pela Finlândia e Suécia até à capital do seu país de bicicleta! Após uma animada troca de palavras e de uma discussão acerca de quem seria mais maluco, chegamos à conclusão que eram eles, sem sombra de dúvida!
A partir daqui há quatro tipos de usuários destas estradas: Camiões e viajantes de auto-caravana (aos milhares), motos e bicicletas. É rara a vez que se pára e não se trocam palavras e experiências com outros turistas.
Até Rovaniemi foi isto
O primeiro destino do dia era Rovaniemi, capital da Lapónia e terra do Pai Natal. Ou melhor, o destino era a 7kms desta cidade, onde passa o Circulo Polar Árctico, ou o Napapiiri, como lhe chamam por aquelas bandas. Exactamente nesse local, os finlandeses resolveram construir o que chamaram a Aldeia do Pai Natal. A mim, sinceramente, pareceu-me tudo muito artificial, muito turístico, mas houve quem delirasse com a visita que fizemos à aldeia! A verdade é que soube bem a paragem, deu para secar, aquecer o corpo e a alma, comprar umas recordações e almoçar.
A placa que marca o Circulo Polar Árctico e as diversas distancias
Já dentro da aldeia a indicação do nosso destino
Um dos sonhos tornado realidade nesta viagem: Passar o Circulo Polar Árctico aos comandos da minha mota!
A fazer figuras tristes!
No posto dos correios!
Era assim que o tempo devia estar
Em conversa com o senhor que se veste de Pai Natal, soubemos que na semana anterior tinham estado 27 graus naquela zona e que naquele dia, 200kms para norte tinham caído 5cms de neve. Ora bem, norte é o nosso destino! Bonito serviço!
A casa do Pai Natal
E a foto de família! Desta gosto, vá!!!
Deixamos para trás o Napapiiri e o tempo começou a melhorar, ou melhor parou de chover, porque a temperatura continuava a descer. Até Saariselka, nosso destino final foi mais do mesmo, muitas rectas, muitas árvores, muitos sinais de radares e poucas estações de serviço. Nestas zonas, as distâncias entre bombas de gasolina aumentam e quase todas fecham cedo, 17h, pelo que para quem pretende viajar de moto para estas latitudes é um factor a ter em conta. A partir dessa hora, tem máquinas automáticas que aceitam visa, mas não os nossos. Também aceitam notas, que foi o que usamos no último abastecimento que fizemos, onde cheguei com os vapores do depósito. De referir que antes deste abastecimento, e após milhares de sinais, vimos a primeira rena, literalmente a pastar junto a uma casa. Vimos quase todos, porque segundo me confidenciaram, alguém dormia profundamente no banco de trás da GSA!
Paragem junto a um lago, já com melhor tempo.
Mais uns poucos quilómetros e chegávamos a Saariselkä, pequena estância de esqui, inserida numa zona montanhosa com o mesmo nome, nossa base nessa noite. A acompanhar a nossa chegada, e por causa do frio que se fazia sentir, uns flocos de neve. O Holiday Club Saariselkä, possuía um Spa, segundo eles o Spa mais a norte da Europa, mas fruto de umas obras de beneficiação, o acesso aos quartos fazia-se pelo exterior! Era ver os nativos, com um frio de rachar, a fazer o trajecto só de roupão! Nós, após o banho quente, fomos jantar e dormir, que o dia seguinte, era o GRANDE DIA!
Este dia valeu a pena, pelo contacto pessoal com o PAI NATAL...foi FANTÁSSSTICO!Confesso que fiz renascer a criança que há em mim :) delirando com a conversa animada com o Santa Claus, tendo a certeza que a Carla concorda comigo!
ResponderEliminarJá os meninos, estavam mais reservados...(entendo esta reserva como revolta para com o Pai Natal, quando lhes deu, durante anos a fio, as meias brancas de felpo com as raquetes de tenis :D)
A seguir a Rovaniemi, recordo-me bem do frio que se fazia sentir, ansiando várias vezes por uma paragem, para poder descongelar os meus pés (única parte do corpo que não consegui aquecer), com chás e chocolates quentes!
Lembram-se daquela estação de serviço em que,as bombas não aceitaram os cartões e estava tudo fechado?!...paramos desconsolados à porta, sendo que a empregada apareceu só para meter conversa connosco, sendo até simpática, ainda pedimos um chá, mas de imediato e com um sorriso nos lábios, nos disse que não podia servir-nos porque já tinha fechado :S (apeteceu-me matá-la naquela altura!:)) Perguntou-nos ainda qual a nossa direcção, informado-nos que estava a nevar no nosso destino...não sei o que nos passou pela cabeça nessa altura, mas a opinião foi unânime, mais valia nunca ter tido aberto aquela porta, afinal só nos deu "más" notícias :D
A boa disposição foi uma predominante neste dia...quando avistamos a rena, posso concluir que foi um dia em pleno, PAI NATAL + RENA = DELÍRIO!!!! :)
Andrei o Pai Natal com umas mãos daquele tamanho e tu achas estranho a eu estar " reservado"... va la vai.. eu que queria acertar contas com ele, depois do que vi, nem abri o bico sobre o assunto que me lá levava..
ResponderEliminarAndreia subscrevo tudo aqui que descreves... :)
ResponderEliminarE Filipe... eu não estava a dormir!!!! Naquele preciso momento da rena estava a olhar para o lado esquerdo e ela apareceu à direita!!!! Com tanto frio que estava até me custava mexer o pescoço!!!! :))) Ah! mas depois apareceram mais renas... e essas eu vi-as bem... a minha máquina é que não pois com aquelas temperaturas teimava em constipar-se e ficar "nublada", logo, não se via nada!!!!