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06/09/10

BODO(N) - MO I RANA(N) - 319KMS

09/06/2010


Estes dois dias que se seguiram às Lofoten despertavam-me alguma curiosidade, talvez por ser o trajecto do qual tinha menos referencias. Na Noruega há sempre duas hipóteses de trajecto, ou pela E6, estrada que liga o sul ao norte do país, ou por estradas mais secundárias.
De Bodo até Trondheim a alternativa à E6 é a estrada costeira, a RV17. No tal site que tinha descoberto sobre as estradas turísticas da Noruega, esta estrada estava classificada e dividida em duas, como Helgelandskiten Nord e Sud. A do norte cruzava o parque nacional de Svartissen e olhando para o mapa, era sem duvida a que mais atenção suscitava pois o seu trajecto acompanha a linha da costa Norueguesa
Optamos então por neste primeiro dia descer pela estrada costeira. Deixamos Bodo para trás com uns aconchegantes raios de sol, e passados uns poucos quilómetros viramos em direcção ao mar.

A estrada costeira

A partir daqui o elemento agua esteve sempre presente e realmente é difícil destacar alguma outra coisa que não sejam as belíssimas paisagens que nos vão aparecendo pela frente. A estrada é um encadeado de curvas por entre montanhas e fiordes, ilhas e mar que ia fazendo a delícia de quem comandava as motas.

Junto a uma bela praia de areia branca! A água é que é frescota!

A água sempre presente no trajecto

A determinada altura, e como que a despertar-me daquele bailado hipnotizante, oiço pelo autocom a voz da Andreia. -“Aquilo não é um glaciar?” – Levanto os olhos e lá estava ele, imponente, um braço do segundo maior glaciar da Noruega, o Svartissen, a precipitar-se sobre o fiorde. Reacção espontânea, encosto e ponho-me a apreciar de cima da moto. Nisto o João passa-me como que a dizer que ali, no meio da estrada, não seria o melhor sitio para contemplar o que tínhamos à frente e eu sigo-o até uma área onde pudemos parar em segurança.

O espectacular Glaciar Svartisen

Eu nunca tinha visto um glaciar e a sensação que tive foi parecida com o que havia sentido há um ano quando vi o deserto pela primeira vez. Total deslumbramento. Curioso, dois fenómenos da natureza diametralmente opostos, a provocar-me reacção semelhante.
Um “rio” de gelo com os mais incríveis tons de azul que se pode imaginar e com cerca de 1 km de extensão apresentava-se à nossa frente. A natureza é capaz de nos surpreender de um forma única.
Depois de registado o momento seguimos pela estrada costeira e após atravessar-mos um primeiro ferrie curto, chegamos ao ponto de embarque do segundo ferrie do dia, este com uma travessia de cerca de uma hora. Postas as motos na respectiva fila percebemos que havíamos falhado o embarque por pouco logo a espera ia ser grande.

Uma estrada a fixar para quem viajar por aquelas bandas

O primeiro ferrie do dia

Começam a chegar caravanas, camiões, motos e nisto junta-se a nós um curioso e simpático alemão. O homem falava pelos cotovelos, emitia sons, mostrava fotos, fazia perguntas mas tudo em alemão. Nós ainda íamos tentando comunicar em inglês mas ele insistia no alemão. Nisto lá aparece outro caravanista holandês que felizmente arranhava as duas línguas e foi o que nos safou. Entretanto juntou-se a nós um alemão que viajava sozinho numa GSA e em conversa disse-nos que visitaria o norte de Portugal nas 7( sim, SETE!!!) semanas de férias que tinha pela frente. Trocamos contactos e disse-lhe que se passasse em Guimarães teria todo o gosto em estar com ele. Curiosamente, no dia 9 de Agosto, passados dois meses do nosso encontro, e quando já estava a trabalhar em Cabo Verde, recebi uma mensagem dele a dizer que estava em frente ao Castelo de Guimarães e se nos podíamos encontrar! Foi pena!

A animada espera pelo segundo ferrie

No meio de toda esta animação lá chegou o ferrie e partimos! O tempo ia melhorando e apercebemo-nos que seria durante a travessia que cruzariamos o Circulo Polar Árctico, desta vez em direcção ao sul. Depois das fotos da praxe e chegados ao destino desembarcamos para os últimos quilómetros até Mo I Rana, cidade industrial e nosso porto de abrigo desse dia.

A travessia

O circulo polar árctico de novo!

Encontrado o hotel com a facilidade habitual (benditos GPS’s) e após a banhoca, fomos dar uma volta por uma cidade quase deserta. Nestas cidades de pequena e média dimensão, a partir das seis da tarde não se vê ninguém na rua. O centro também não se revelou nada de especial e como estava frescote, apesar de ainda estar um dia bem claro, jantamos perto do hotel e recolhemos para descansar.

O trajecto até Mo I Rana

3 comentários:

  1. é sem duvida alguma, um enorme prazer ler os teus relatos.. obrigado

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  2. Tenho estado a acompanhar a crónica.

    Parabéns! Está muito boa, quer a nível de relatos, quer a nível de fotos!


    Espero um dia poder fazer o mesmo! Estou todo ruidinho de inveja!! lol

    Abraço,
    Sérgio O. (www.wizard.com.pt)

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